sábado, junho 18

Eu já disse...


Um dia tive um sonho.
Corria e sorria. Com a vida nas mãos.
Corria e sorria.
Para ti.
Era mais nova. Era mais bonita. Era mais minha. E eu era apenas tua.

Corria e sorria para ti.
E tinha a vida nas mãos.
Deixei-a cair. De prepósito. Só por capricho!
Deixei-a cair de propósito. Para saber o que farias. O que serias. O que eu seria. O que é que eu sou?
Não sou mais forte que tu. Sou igual. Feita da mesma massa. Feita dos sonhos que deixas-te para trás e dos que concretizas-te.
Se calhar sou o teu sonho concretizado ou até sou o teu sonho quebrado. Partido. Estilhaçado como o vidro da janela do meu quarto.
Se calhar sou só eu. Ou aquilo que me lembro de nós. Principalmente do que fomos.
Lembras-te de dizer que te adorava?
(Diz que sim.)
Lembras-te de dizer que adorava o teu cheiro? Que me fazia lembrar uma casa que nunca tive...
(Diz-me que sim)
Lembras-te da única vez que gritei? Da única vez que chorei? Da única vez em que pedi, sem dizer. E da única vez em que não estiveste.
De todas as vezes que gritei, chorei, pedi e em todas essas vezes tu não estiveste.
No entanto, eu estou sempre lá.
Um dia vou ser como tu, sabes?! E nesse dia vou deixar a vida cair. De propósito. Só por capricho!

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